3 de out. de 2011

A voz do povo

Não tenho me manifestado a respeito dos múltiplos protestos ao redor do mundo. Desde fevereiro, com o começo do que se chama de "Primavera Árabe", várias vezes as pessoas foram às ruas protestar contra governos, a favor de debates ou pelo fim da corrupção. Devo confessar que não me filio a nenhuma dessas ações porque não sou um ativista. Sou mais um "pensavista".

Mas nem por isso deixo de acreditar no potencial dessas marchas, ocupações, revoltas. Sou, antes de tudo, um defensor da democracia, assim como a italiana Nadia Urbinati, cientista política da Universidade de Columbia, que fica na mesma Nova York da Wall Street ocupada.

O mundo quer repensar a política e, inevitavelmente, a democracia.. O medo de autoritarismos nunca deve ser subestimado, mas todos esses protestos estão fazendo com que a fé na democracia se reacenda. Com fé na "voz do povo", cito um trecho do livro "Representative Democracy - Principles and Genealogy", escrito por Urbinati  (tradução encontrada no texto de Cícero Araujo):

"A representação política... não é meramente simbólica e não deve ser confundida com a função do chefe de Estado de representar a unidade da nação. O órgão sensorial correspondente é antes o ouvido do que o olho, pois as idéias são sua forma, não sua existência física, e a voz é visibilidade, não a presença permanente"

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