Cena de "Death and the Powers" |
O compositor e professor do MIT (Instituto de Tecnologia do Massachussets) Tod Machover compôs e concebeu "Death and the Powers", uma ópera que faz uso intenso da tecnologia. São nove robôs que cantam, paredes eletrônicas que se movem e um candelabro musical interagindo e fazendo música com atores e cantores humanos. Mais do que ornar o palco como fazem os telões dos megashows de rock, o aparato eletrônico tem um papel na história, o de personificar as memórias do personagem principal, que some depois do primeiro ato.
Machover deu a essa característica o nome de "performance sem corpo" (disembodied performance), tentando mostrar que não é só para fins de amplificação que as novas tecnologias podem ser usadas. Uma coisa muito interessante a se notar nessa história é que tudo veio de um instituto de pesquisa, geralmente um local que pensa a inovação tecnológicos voltado a fins de mercado. A concepção, execução e montagem da ópera foram feitos pelo Future Group no Media Lab do MIT.
Está bem observado no texto publicado no site do instituto que a pesquisa pode ajudar a criar novas concepções em diferentes áreas do conhecimento. Esse projeto interdisciplinar mostra que é necessário ampliar os limites dessas "áreas" para que elas não fiquem estanques e não se percam em ciclos viciados e fetichizados, guiadas sempre por um objetivo que sempre leva o conhecimento específico de volta a ele mesmo.
A ópera "Death and the Powers" pode ser um novo ponto de partida para pensarmos os porquês de procurarmos inovações, melhorias, avanços. Existem objetivos que são necessariamente melhores dos que os outros? Ou gastar tempo, dinheiro e trabalho para criar uma obra de arte tecnológica é tão bom quanto aumentar a produtividade de um certo processo?
Mais sobre a ópera:
Texto no site do MIT
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