8 de set. de 2009
Alfa
Seios que não se tocam
Brilham contra a luz
Pares de peles
Contornos em fumaça
Mulheres que tentam errar o sexo
Beijam as nucas
Não sentam na sala
Ignoram
Elas deitam no mesmo quarto
Embaladas nos sonhos
De tempos antigos
Mordem as unhas e pintam os dedos
Sufocam em cabelos compridos
Em culpa futura
Recomendam-me que tenha calma
Que não há como um homem
Ser privado de ser o que
É de destino
Antigos patronos escrevem em pedras
Mulheres rebeldes discretas
Arranham em carnes
Replico poemas
Escondo estrofes
Meço as palavras
Mas o medo não cessa de
Cair de minhas mãos porque
Carrego mais do que podem levar
Elas põem os dedos em cruz com
Os lábios
Assopram
Impedem que eu continue
Os seios se tocam
Procuro abrigo com as mãos
Em concha sobre os ouvidos
Atraído
Caio de joelhos e deixo de ser
Homem
Viro uma serra
Interrompendo
Sonhos de grama
Ventos floridos
Saltos e espartilhos queimados
No fogo do fim
(08/09/09)
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