Ninguém sabe
Ouve-se
Hesito em pronunciar
Balbucios;
Prevejo
Ecoam sem cessar
Nos poemas
Cigarros apagados,
Copos longos, as
Partidas abstratas
Estamos e não estamos
Estou ficando surdo;
Sussurro
Doem as pernas
Mais um cigarro
E pronto:
Confissões
Capítulos deslocados
Contextos apagados
Copos longos, cigarros acesos
Lábios úmidos
Descaso
Tudo foge
Fico ali parado,
Balbucio e espero
Não escrevo
Torno a metaforizar
Baforadas
Cumplicidade
Não se sabe
De onde vem a culpa
Copos cheios
Cigarros longos
Filtros de palavras
Troco as palavras
Sinto braços
Silêncio, balbucios
Consoantes emperradas
Viro o pescoço
E olho a fumaça
Copos
Longos e vazios
Garrafas cheias
Baforadas e risadas
O silêncio sufoca a palavra
Só eu falo
Balbucio
Acendo o cigarro
Pouso o copo
Sobre a perna
Erro o elogio
Balbucio com
O corpo
Falo de menos,
Silencio
Mais um copo
Mais uma noite
Fuga
Engulo o almoço sozinho
Ao lado do espelho;
Espalho
13 de set. de 2009
12 de set. de 2009
Menção honrosa
Passando vergonha no trabalho
_ eu ouvi.
_ ?
_ você cantarolou o ringtone do celular que tava tocando.
_ caralho, nem percebi.
Publicado no blog Problematizando o Evidente.
_ eu ouvi.
_ ?
_ você cantarolou o ringtone do celular que tava tocando.
_ caralho, nem percebi.
Publicado no blog Problematizando o Evidente.
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11 de set. de 2009
Killian's Red

Minha amada está ensopada
Sento-me na varanda
Pergunto
Qué haces?
O cigarro gruda em meus lábios
De pronto o acendo
10 de set. de 2009
Rápida definição

Poema de Murilo Mendes, do livro História do Brasil, de 1932.
Homo Brasiliensis
O homem
É o único animal que joga no bicho.
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9 de set. de 2009
8 de set. de 2009
Alfa
Seios que não se tocam
Brilham contra a luz
Pares de peles
Contornos em fumaça
Mulheres que tentam errar o sexo
Beijam as nucas
Não sentam na sala
Ignoram
Elas deitam no mesmo quarto
Embaladas nos sonhos
De tempos antigos
Mordem as unhas e pintam os dedos
Sufocam em cabelos compridos
Em culpa futura
Recomendam-me que tenha calma
Que não há como um homem
Ser privado de ser o que
É de destino
Antigos patronos escrevem em pedras
Mulheres rebeldes discretas
Arranham em carnes
Replico poemas
Escondo estrofes
Meço as palavras
Mas o medo não cessa de
Cair de minhas mãos porque
Carrego mais do que podem levar
Elas põem os dedos em cruz com
Os lábios
Assopram
Impedem que eu continue
Os seios se tocam
Procuro abrigo com as mãos
Em concha sobre os ouvidos
Atraído
Caio de joelhos e deixo de ser
Homem
Viro uma serra
Interrompendo
Sonhos de grama
Ventos floridos
Saltos e espartilhos queimados
No fogo do fim
(08/09/09)
7 de set. de 2009
O pavão da Alameda Campinas

Alarde que se espalha pelas horas de um dígito
Ecoa pelas algas em formato de cone
O canto errado do pavão-coruja
Ele não voa, ela não grita
Empoleirados e cães de guarda
O casal de pavões anuncia a transição
Nem bem dia é, fogem cores e o sono
Grita ele, lembrando-me de algo
Agendando o começo dos novos pensamentos
Espera ela ao lado, num ângulo agudo
Na madrugada, são vultos, vultures;
Campinas a Santos, ecos que não falham
Em anunciar, em ecoar
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Unknown
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