26 de jul. de 2011

Os irmãos estão em baixa


Logo que as revoltas começaram no Egito, analistas demonstraram preocupação em relação a um grupo político do país. A Irmandade Muçulmana (que tem versões em diversos países árabes e muçulmanos) é, na visão de quem comenta o Egito, uma grande ameaça à nova "democracia" do país africano, uma ameaça à democracia laica e livre de restrições islâmicas fundamentalistas.

Pois não é bem isso que mostram as pesquisas de opinião e popularidade, como relatou a The Atlantic. Essa é a escala da aprovação do partido:


Como bem nota o autor da matéria, Max Fisher, a aprovação da Irmandade sobe apenas dois pontos a partir da queda de Mubarak. E isso se deve, segundo ele, ao fato de essa organização ser de fato um dos únicos polos de convergência política, ainda que pouco popular.

Fato é que a revolução ainda está longe do Egito e uma coisa preocupa: a ausência de outras organizações capazes de mobilizar grupos de pessoas com interesses comuns no país. Os conflitos entre muçulmanos e cristãos e a pouca influência da Irmandade Muçulmana apontam para uma duração longa da tutela militar da política egípcia. Sim, porque esqueceram de mencionar também que a "revolução" levou a um governo militar que não alterou em nada a estrutura política do país. Mas isso fica para outro post.


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