11 de jul. de 2010

Eles vieram da favela

Lê-se no artigo "A nação rubro-negra e seus bad boys" na revista Época desta semana:
Poder, dinheiro, estrelismo, vaidade, tudo isso sobre à cabeça de muitos jogadores que saíram de favelas
E à cabeça de tantos outros, por que não sobe? E os outros milhares de jogadores que saem de favelas, mangues, cidades pequenas e pobres para jogar na Europa, no Corinthians, no Grêmio, o que acontece com eles? A autora parte do pressuposto de que o Flamengo é permissivo em relação à folga ou à indisciplina da geração de "bad-boys" que vem fazendo parte dos plantéis do clube nos últimos anos. Talvez, só talvez, esse não seja um problema geral? Talvez, só talvez, não existam os meninos maus em todas as áreas? Talvez, só talvez, também não existam pessoas que tentam e conseguem viver de maneira correta, sem quebrar leis, matar pessoas, ter envolvimento com o tráfico de drogas?

Generalizar é sempre perigoso. Procurar padrões em fatos do passado também. As acusações ao goleiro Bruno são terríveis. Caso a Justiça confirme sua culpa no sumiço e suposto assassinato da moça, será um choque terrível para o futebol e o Flamengo. Mas tenhamos cuidado. Muito cuidado.

Os desequilíbrios são gerais. Jovens universitários com dinheiro são presos traficando drogas. Jornalistas estáveis assassinam esposas. Advogados de "bem" dão sumiço em namoradas. Não tentemos dar um único sentido às coisas. Generalizar é uma atitude anti-democrática. Explicas as contradições humanas é uma atividade extenuante e que nem sempre gera explicação alguma.

Tratemos nós mesmos de tentar educar nossas crianças, não deixando a cargo dos "ídolos que inspiram" a tarefa de ensinar os valores que nos são preciosos. Tenhamos medo do inexplicável sem necessariamente reduzi-lo aos nossos próprios medos.

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