Saiba desde o começo que a autobiografia Minha fama de mau, do cantor e compositor Erasmo Carlos, só faz sentido se lida como complemento ao livro proibido sobre o Rei, Roberto Carlos em detalhes (de Paulo César Araújo). Embora o Tremendão não tivesse a obrigação de fazer um livro indispensável sobre sua vida, carreira e o tempo em que viveu, ele desperdiçou a oportunidade de contar detalhes mais relevantes sobre as coisas que viveu.
São 360 páginas de pequenas anedotas pelas quais passou Erasmo. Histórias que ele considera engraçadas e inusitadas (apesar de nem sempre o serem), além de elogios quase exagerados a amigos e contemporâneos – inclua-se Carlos Imperial, Tim Maia, Gal Costa, Maria Bethânia, Caetano Veloso etc.
Quem conhece bem a carreira do “número dois” da Jovem Guarda vai perceber que ele escreve em prosa como versa em seus discos: de uma maneira inocente, fazendo bom uso de clichês e escolhendo o muro quando trata de assuntos delicados. Obviamente que não poderia faltar um capítulo inteiramente dedicado ao seu eterno parceiro de composição Roberto Carlos, repleto de elogios e frases emocionadas.
Para quem leu Roberto Carlos em detalhes, não há muitas novidades em Minha fama de mau. É interessante ver Erasmo gastar inúmeras páginas discorrendo sobre sua vida sexual no começo do livro e depois jurando amor eterno a Nara, sua esposa por muitos anos. Apesar de não ser essencial para entender a música brasileira e o rock, Minha fama de mau é uma leitura divertida para quem é muito fã do Tremendão. (Diogo Rodriguez)
Minha fama de mau
Erasmo Carlos
Ed. Objetiva
360 páginas
R$ 45 (em média)
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