29 de set. de 2012

Felicidade canina

Na sexta, fiz um dos posts mais estranhos da minha vida. Foi sobre o Shippo, o rabinho peludo que lê suas ondas cerebrais e abana conforme suas, digamos, emoções. Quando você fica feliz, seu rabo abana rápido; se fica mais tranquilo, a velocidade diminui.

A empresa (japonesa) que fabrica essa maravilha já lançou um par de orelhas de gato que agem conforme o mesmo princípio. No Shippo, a diferença fica na geolocalização e na atualização de suas redes sociais. Sim, acredite. Não ficou claro se existe também a opção "rabo entre as pernas".

Leia o post no Link Estadão: http://ow.ly/e4MUf

28 de set. de 2012

É sexta! Vida de operário


E essa é a nossa faixa da sexta-feira!
Patife Band - "Vida de Operário"

Peter Sellers recitando Beatles à moda shakespeariana

Peter Sellers foi um dos maiores atores (não só de humor) de todos os tempos e sabia com quem fazer amizades. Em 1964, fez essa leitura fantástica da letra de "A Hard Days Night" como se estivesse em festival de teatro de Shakespeare. Ele era "bróder" dos rapazes dos Beatles e apresentou essa piada no especial para a TV "The music of John Lennon and Paul McCartney".

O pai de saias resolve falar

Nils Pickert é o pai que há algumas semanas apareceu em todos os cantos da internet passeando com seu filho de cinco anos. Pickert vestia uma saia e seu pequeno, um vestido. A foto foi bastante elogiada e criticada, mas certamente causou impacto. Principalmente quando o escritor alemão resolveu se manifestar e contou que usa roupas de mulher quando seu filho, que gosta de usar vestidos, quer sair assim.

Pickert escreveu um texto muito bonito (em inglês) no site Stylist, onde explica um pouco melhor a sua história e a de seu filho. Destaco um trecho:
Já que sou adulto, as pessoas têm a liberdade de me cobrar pelas minhas decisões. Nesse caso, se o fizerem, vou confessar que eu particularmente não gosto de vestir saias ou vestidos. Sou como uma "soccer mom" que não ama o esporte - mas ama seus filhos. Eu não poderia estar mais preocupado que meu menino se torne uma pessoa feliz, autoconfiante e solidária. 
Leia o texto completo: http://ow.ly/e42aB

Estude online nas melhores universidades


Fiz uma lista com as cinco plataformas mais legais de estudo online no Link Estadão. Todas reúnem cursos de universidades importantes, como Yale, Harvard, USP e Unicamp. É bom ficar atento, porque cada vez mais instituições vão colocar cursos na rede, a maioria de graça. Ainda que não seja igual a frequentar um curso real, é ótimo para quem adora fuçar matérias diferentes.

Veja aqui a lista completa: http://ow.ly/e3v4b

27 de set. de 2012

A escravidão ainda existe

É necessário dar uma pausa no encantamento com esse mundo hiperconectado e supostamente avançado em que vivemos para lembrar da realidade: A escravidão ainda existe. Na The Atlantic esse fato fica muito vivo na reportagem fotográfica de Lisa Kristine.Os registros de Gana, Nepal, Índia trazem a incômoda lembrança de que avanços sociais e primaveras políticas ainda estão distantes demais da maioria da humanidade.

Nonsense da quinzena


[Via]

26 de set. de 2012

Um século de eleições


Lindo esse vídeo mostrando os padrões de votação nos EUA de 2011 a 1912, retroativamente. Azul é democrata, vermelho, republicano. Quanto mais escura a cor, maior a votação. Nos anos 30 e 60 é impressionante como os democratas pintaram de celeste o mapa americano. A vingança republicana veio a partir dos 80, passando pelos anos 2000 do nada saudoso George W. Bush.


Falando em votos e distribuição, estou lendo o ótimo "Os Sentidos do Lulismo", de André Singer, professor da USP e porta-voz do governo Lula. Ainda vou fazer um texto sobre o livro, mas vale a pena saber que Singer identifica uma mudança na base eleitoral de Lula entre 2002 e 2006, um movimento que cria as condições para a chegada de Dilma ao poder e marca essa nossa era da "classe C".


Baseando-se em muitos dados, o cientista político mostra que, na verdade, quem garante a prevalência do lulismo em nível nacional é quem ele chama de "subproletariado", um contingente ansioso por entrar no jogo do consumo e do trabalho. Essa base política dá o grande respiro que o PT tem hoje no Norte e Nordeste do País. Esses são os votos que dão a soberania a Lula.

Seria muito legal se alguém fizesse um videomapa como esse, só que no Brasil, mesmo que nossos partidos tenham mudado tanto no século 20. Eu candidato o professor Singer para esse projeto, já que é um especialista (entre outras coisas) em comportamento eleitoral.

25 de set. de 2012

Aspas: Quem é Ronaldo na internet?


Vi essa frase da documentarista britânica Franny Armstrong no Tumblr do Evgeny Morozov:
Sim, a internet é democratizante no sentido em que equipamento barato é democratizante. Mas só porque uma bola é barata e todos podem jogar por aí, não significa que todo mundo é o Ronaldo.
Qual será o equivalente dessas arrancadas no Twitter? Conseguir 1 triilhão de RTs? Proponho então criarmos categorias para a presença on-line. Além de Ronaldo (0,005% da internet), teremos Jacenir, Cafuringa e Obina.



24 de set. de 2012

Notícia do dia: Mulher de 19 anos é eleita para o parlamento de Uganda


Com 19 anos, Proscovia Alengot Oromai, elegeu-se para o Parlamento de Uganda. Ela é a parlamentar mais jovem da África, informa o Global Voices. Oromai é do mesmo partido do presidente do país, o Movimento de Resistência Nacional. Seus mais de 11 mil votos geraram desconfiança e esperança. Alguns creem que ela não conseguirá dar conta de seu mandato, enquanto outros veem sinais de mudança na política do país com a eleição de uma mulher jovem.

No Brasil, temos atualmente 45 mulheres ocupando vagas de deputadas federais. A mais jovem tem 29 anos. 





23 de set. de 2012

Super8ito - Músicas com menos de 2 minutos


Mais uma edição do nosso podcast temático semanal no ar! Se você anda com pouco tempo para escutar música, essa edição do Super8ito é perfeita. São só músicas de até 2 (dois!) minutos de duração. Porque houve um tempo em que havia limites para as coisas. Mas entre as oito (oito!) escolhidas há de tudo: rock antigo, punk, bluegrass, tudo bem rápido. Clique rápido, antes que acabe:

21 de set. de 2012

Clima de sexta-feira: Animal Collective


Se você ainda não ouviu/comprou/baixou o disco mais recente do Animal Collective, o "Centipede Hz", corra para ouvir/comprar/baixar. Esse é provavelmente o melhor disco do ano. Sim, e ainda faltam três meses para acabar 2012. Mas não é de hoje que eles se destacam. Esse é o nono disco do quarteto, que se formou em Baltimore (EUA). Dos que ouvi até hoje, é melhor.

Há um equilíbrio entre batidas tribais, pesados efeitos eletrônicos, barulhos estranhos e o vocal agudo e gritado. Tudo está muito bem combinado. "Centipede Hz" (e o Animal Collective) tem sido chamado de "psicodélico", termo limitado para descrever o quadro todo. O impressionismo sonoro (e visual) é sim uma das características fortes. Mas escapa desse termo uma certa alma punk. A progressão (para brincar com o termo "progressivo" que uma vez caracterizou Os Mutantes na sua pior fase) está nas dinâmicas que a parte instrumental desenvolve.


Tudo conversa com perfeição, na hora certa. O Animal Collective não só distribui notas e compassos, ele passa camadas de texturas sonoras pelas 11 faixas do novo disco.  Ainda assim, o som é terrivelmente simples e evoca as partes mais cruas da sensibilidade de quem ouve. Ouvir "Centipede Hz" sob o efeito de algum psicotrópico pode resultar numa viagem sem volta. Tomem cuidado.

Para animar nossas vidas reais (essas sim, psicodélicas), a faixa dessa sexta-feira é "Applesauce", a quarta e mais animada do disco.

Applesauce by Animal Collective on Grooveshark

20 de set. de 2012

Homer vota em Mitt Romney


Já sabemos o voto de Homer Simpson nas eleições de 2012. Um teaser do episódio de Haloween da série Os Simpsons mostra o pai do Bart escolhendo Mitt Romney, republicano conservador e ex-governador de Massachussetts. O motivo? "Porque ele inventou o Obamacare". Genial.


Em 2008, Homer era eleitor de Obama. Ele não conseguiu registrar sua preferência, mas tentou. A desilusão com o "Yes We Can" chegou em Springfield.

19 de set. de 2012

Elizabeth Cotten, descoberta na casa da patroa


Elizabeth Cotten talvez tenha uma das histórias mais espetaculares da música. Trabalhava em Washington como empregada na casa da família Seeger, já bem adulta, quando foi flagrada tocando um violão pela patroa.  Pediu desculpas, mas não era preciso: Ruth Seeger era cantora e seu marido, Charles era um etnomusicologista que estudava justamente música popular americana.  Impressionados com a habilidade de "Libba", começaram a levá-la para tocar em pequenas festas de amigos pela cidade. Imagine que ela fez um show particular para John Kennedy.

Curiosidades à parte, a música de Cotten é a real surpresa para quem não conhece. Ela fazia um blues rural, tendendo para o country às vezes. Uma música dolorida sobre dores, falta de dinheiro e caronas em trens. O museu Smithsonian relançou as gravações de Elizabeth Cotten no disco "Freight Train and Other North Carolina Folk Songs and Tunes". No site do museu, aliás, você lê uma breve e completa biografia da cantora.

Aqui, você ouve uma das minhas canções favoritas de Elizabeth Cotten, "Shake Sugaree". Quem canta é sua neta de 12 anos.

Shake Sugaree by Elizabeth Cotten on Grooveshark

18 de set. de 2012

RIP Grand Duchy (2008-2012)


A Violet Clark, esposa do Black Francis, cantora e baixista do Grand Duchy, anunciou a morte da banda. Segundo um post na página deles no Facebook, estava difícil conciliar a vida de casados e com filhos com a rotina musical. Agora cada um parte para seu lado, conta Clark. Francis está gravando um disco novo e ela trabalha em colaborações com amigos seus.

Foram dois discos de eletro-rock-pop, juntando as guitarras de Francis ao suingue oitentista de Clark. Era uma bela banda, mas não tinha o impacto que o vocalista do Pixies tem quando grava seus discos. Esperamos, aliás, que em seu próximo álbum, ele volte a mostrar a força que recuperou quando passou a usar de novo o nome Black Francis, seu pseudônimo na época dos Pixies. Depois do fim da banda, em 1992, passou a se chamar Frank Black.

Veja aqui "Silver Boys"  single do segundo e último álbum do Grand Duchy, "Let The People Speak" :

17 de set. de 2012

Super8ito - Especial Carminha e Nina (Mágoa e Vingança)


Na quarta edição do Super8ito, uma homenagem à novela Avenida Brasil, em especial às protagonistas Carminha e Nina. Para a dupla, selecionamos oito faixas sobre mágoa e vingança. E torcemos para que tudo acabe bem no final. Ou não.



Música da segunda - Tapa na cara da sociedade



Claro, a música da banda Star and Micey é ótima e se chama "I Can't Wait". Acompanhada (ou acompanhando) esse vídeo fica melhor ainda, especialmente em uma segunda-feira. A cada batida da canção, um tapa na cara de um estranho. O mais legal é que ninguém escapa: homem, mulher, criança, todos entram debaixo da palma. Alguns dão risada, outros parecem ficar bravos. Até tinta entrou na jogada. Com certeza, um dos vídeos mais legais desse ano, apesar da aflição de ver um monte de gente levando sopapos. Mas me fez acordar.



O Star and Micey lança um EP dentro de um mês. Estão fazendo crowdfunding do novo trabalho. E estapeando o pessoal por aí.

13 de set. de 2012

Dor auditiva


Em um da nublado e estranho como hoje, essa música da Nina Simone é perfeita. Ouvindo o "In Concert" (1964), que resgatei por causa do último Super8ito, descobri essa tristeza de mais de cinco minutos. Ela não só cantava bem, tocava piano absurdamente bem, como era também uma intérprete excepcional. É sentir saudosismo do que nem vivi dizer isto, mas como é difícil achar alguém que seja ao menos parecido com ela hoje. Ouça aqui o registro sonoro de uma dor d'alma:



12 de set. de 2012

Fla-Flu em estádio vazio


Estava cruzando a rua Augusta a uns trinta por hora e do rádio pulou uma frase solta: “Esse Fla-Flu eleitoral entre PT e PSDB não faz bem a mais ninguém, só a eles mesmos”. O âncora falava do tom político no pronunciamento da presidenta Dilma a respeito do corte nas tarifas de energia elétrica.

Estranho. Aquela voz distante condenava o embate entre os dois maiores partidos do país, os que de fato têm dividido as preferências em resultados eleitorais. “Fla-Flu” traz a idéia de que as disputas por poder, cargos e votos não são mais do que um jogo bobo. Que no final da “partida”, não importa muito quem ganhou, a não ser para os torcedores de um dos lados.

Pior que isso, o âncora reproduzia a noção de que a política partidária não serve para nada. Esse é um recurso muito comum, especialmente quando não se tem tempo para fazer análises mais profundas. Sempre vêm as mesmas falas: “Os partidos estão descolados da sociedade”, “os políticos só governam em causa própria”, “votar não vale nada”.

Respeito que não se sinta confortável com a política. É mesmo um campo complexo, cheio de nuances, termos técnicos e disputas incompreensíveis. As críticas também são respeitáveis. Quem aguenta, afinal, tantas denúncias e decepções?

Mas a voz no rádio me deixou preocupado, para além do normal. Ela dizia que as disputas entre os partidos são ruins e ponto. Subjaz no comentário daquele moço que haveria uma solução escondida sob todas as camadas de contendas ideológicas ou de poder. E que a culpa por essa solução universal e inerentemente boa nunca aparecer é dos partidos e suas preocupações menores.

Já na Doutor Arnaldo, prestes a ir em direção ao Pacaembu, a conclusão entrou no carro para pegar uma carona: O radialista está criticando um dos pilares da democracia.

Raios de democracia

Na essência, do que se trata a democracia? De debate, deliberação, conversas a respeito dos problemas. As decisões são tomadas depois de ouvir o maior número de opiniões possível. Conjuntamente se escolhe aquilo que é o melhor naquele momento.

A fala do nosso amigo locutor é impaciente com o perde-ganha, fala-fala, decide-muda de ideia da democracia. Se nos aprofundarmos em algumas décadas no passado, veremos que não é o único. À parte de quem gostaria que fôssemos tutelados por alguma “força” maior, temos aqueles que veem na democracia direta a única solução justa.

Porém, já se mostrou que mesmo em Atenas não existia uma gigantesca assembleia onde cada cidadão fazia seu voto a cada decisão que precisava ser tomada. As assembleias que tomavam as decisões da cidade eram sim formadas por cidadãos, mas uma parte deles. A escolha era feita por sorteio. Igualdade, nesse caso, era a de participar do governo. Todos podiam se inscrever. Como era sorteio, a chance era igual. Mas de maneira alguma TODOS os cidadãos votavam em todas as questões o tempo todo. O cientista político francês Bernard Manin mostrou isso em seu livro sobre representação política.

Existem muitas discussões para tentar definir qual é o modelo ideal de democracia. Cada país tem uma solução e um impasse irremediável. Mencionamos os EUA como exemplo máximo de boa execução dos princípios da democracia – falamos da eleição de juízes, das constituições estaduais – mas raramente nos lembramos de que o voto para presidente lá é, a rigor, indireto.

Nada a ver comigo

Uma lista de críticas brasileiras à democracia do Brasil não cabe em texto algum. Nem vou tentar reproduzi-las. Vou me focar só em uma: no malvisto Fla-Flu do nosso amigo do rádio.

Sim, muitas vezes os partidos se descolam de nossas demandas quando assumem o governo. Candidatos nos decepcionam, políticas nos incomodam. Mas digo uma coisa: investigando a história das ideias e da política, a democracia nunca teve pretensão de resolver todos os problemas de maneira perfeita. Regimes totalitários quiseram dar respostas definitivas. Autocracias dizem que são o fim da história política. Mas a democracia só sobrevive com essa constante tensão entre o que está sendo feito e o que se quer que seja feito.



Ela acomoda diferentes visões de mundo. Permite que as opiniões mudem, que costumes sejam ultrapassados e que novas necessidades entrem na pauta. Exemplos existem aos montes. E podemos achar muitos deles a partir de 1988, data de nascimento do nosso Fla-Flu.

Enquanto não entendermos que é esse o funcionamento da democracia, nunca estaremos prontos para participar dela. Sim, porque precisamos entender que se trata mesmo de um Fla-Flu em um certo sentido.

Às vezes ganharemos, outras perderemos e algumas vezes o empate será o resultado. Desde que nenhum dos times seja declarado campeão sem jogar e sem usar meios ilegais de ganhar, sempre há a chance de reverter o resultado no segundo turno.

Concordo, porém, que ainda estamos longe do ideal. Muito há que se fazer para melhorar as instituições, as eleições e os eleitores. Mas ter de melhorar não significa ter de jogar tudo o que existe no lixo. Eximir-se de responsabilidades e fingir que a política só diz respeito aos políticos.



Taxistas tão politizados
Quando viajamos ao exterior, pegamos o metrô admirados, compramos o passe semanal com gosto e ficamos impressionados com a politização dos taxistas, porteiros e garçons. Voltamos para casa, reclamamos de tudo e decretamos que nossa política é um lixo mesmo e que ela não nos diz respeito.

Na Marginal, a fala do locutor mostrou sua lógica perversa. Ao rejeitar o que temos, achamos que nossa responsabilidade diminui. Mas não. Continua a mesma, queiramos saber ou não, saibamos ou não do que se passa. Porque viver em democracia não se trata só de ter direitos, mas de assumir a responsabilidade por vivê-la, com seus defeitos e qualidades.

Quando nos afastamos de tudo estamos dando autorização para que decisões sejam tomadas em nosso nome. Mas não somos menos responsáveis por elas. As mãos de todos estão sujas.

Entendo, porém, a preferência por outras distrações. A vida já é muito dura e sem-graça, por isso sempre encontramos tempo para blogar, twittar, fazer ioga, academia, um curso de história da arte, viajar, tocar violão e assistir a um Fla-Flu. Mas o Fla-Flu que de fato causa mudanças acontecerá sempre num plenário vazio, em arquibancadas sem torcida. O GPS me diz que cheguei ao meu destino. 
 pol podiam se

11 de set. de 2012

11 de setembro

Hoje faz onze anos do evento histórico mais dramático que presenciei na vida. Políticas externas à parte, foi muito chocante ver aquilo ao vivo, numa cidade que é mais próxima de nós - e não só geograficamente - do que Badgá, por exemplo.

Para trazer à tona essa memória amarga e necessária, reuni aqui capas de jornais do mundo, que saíram no dia do fato e no dia posterior. Achei tudo no Newseum.

EUA, Alabama, Birmingham News
EUA, Lawrence, Journal World
EUA, USA Today
Brasil, O Globo
Brasil, O Estado de S.Paulo
Finlândia, Turun Sanomat
Itália, Il Gazzettino
Japão, 
  • Asahi Shimbun
Inglaterra, The Times

10 de set. de 2012

Para onde vai o Twitter



A primeira matéria que publico no Estadão é sobre o Twitter, escrita com o editor-assistente do caderno Link Filipe Serrano. Investigamos melhor os números que anunciam uma suposta queda fatal do microblog no Brasil para entender o que realmente está acontecendo. Segundo os especialistas que entrevistamos, a popularização do Facebook está levando a uma reacomodação no número de usuários do Twitter.

Os brasileiros gostam de redes sociais e acabaram usando o Twitter como tal durante a transição do Orkut para o Facebook. A tendência é de uma estabilização, já que cada ferramenta terá seu papel mais claro. O Twitter serve para rápida disseminação e compartilhamento de notícias e links; o Facebook, para a sociabilização virtual.

A matéria está disponível no site do Link: http://blogs.estadao.com.br/link/em-fase-de-migracao/

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Super8ito: Música dá pitaco na política


Saiu mais uma edição do Super8ito. Depois da homenagem à Isadora Faber na edição passada, agora selecionamos oito músicas que misturam melodias, acordes e política. Em comum, os artistas dessa semana têm a vontade de fazer uma denúncia, um comentário ou um desabafo sobre a política. E não necessariamente são artistas "engajados". Então, aproveite que a política está no ar com as eleições municipais no Brasil e as presidenciais nos EUA e deixe-se levar pela batida da mudança!



Super8ito - Edição 03 - Quando os músicos resolver dar pitaco na política

1. Plebe Rude - Até Quando Vamos Esperar?
2. Lou Reed – Good Eveing Mr. Waldheim
3. Dr. John and The Lower 911 - Time for a Change (com Eric Clapton)
4. Nina Simone - Mississippi Goddamn
5. Caetano e Gil – Haiti
6. Dixie Chicks - Not Ready to Make Nice
7. Tom Robinson - Glad to be gay
8. Public Enemy - Fight the power

7 de set. de 2012

Briga de faca presidencial


Tem coisas que só na internet. E outras, que só no reddit, o grande fórum aberto da web. De lá saem memes, piadas e suposições malucas. O Obama, que virou um meme por lá, respondeu a perguntas dos redditors na semana passada.   Os melhores momentos de delírio coletivo saem da seção HistoricalWhatIf ("E se histórico"). As hipóteses aventadas são de todos os tipos. E se não tivesse existido a Revolução Americana? E se o Islã tivesse desaparecido depois da morte de Mohammed? E se os romanos tivessem descoberto a força a vapor?

Um blogueiro canadense levou a sério o tópico: Numa briga de faca generalizada entre todos os presidentes americanos, quem venceria?" e fez um post em que analisa as chances de todos os 44 mandatários, de Washington a Obama. Este último, aliás, não tem muitas chances. Diz o post que ele provavelmente tentaria acabar com as hostilidades através de negociações, mas "numa arena cheia de veteranos no manejo de facas, ele não sobreviveria aos primeiros minutos".

Os últimos três sobreviventes seriam Andrew Jackson, Lincoln e Teddy Roosevelt, que disputariam o título de campeão (e sobrevivente).

Fiquei na dúvida agora: quem venceria uma briga de peixeira generalizada entre todos os presidentes, ditadores e imperadores brasileiros? O Collor sempre gostou de esportes radicais. Para mim, seria um forte concorrente.


6 de set. de 2012

Monty Python (quase todo) de volta



Depois de alguns rumores, finalmente está confirmado oficialmente que a cinebiografia de Graham Chapman, único do grupo que morreu, estreará em 2013 (em alguns lugares, o debute será em 2 de novembro deste ano). O filme se chama "A Liar's Autobiography" (a biografia de um mentiroso) e é, como se suspeitava, um filme de animação em 3D.

Chapman estava escrevendo mesmo o tal livro, que é a base do filme. Vejam bem, e não é base só do roteiro, mas a voz de Chapman participa de fato e conta sua história. Isso só foi possível porque o humorista gravou sua voz lendo as memórias.

Exceto por Eric Idle (e Graham Chapman, que não se encontra vivo atualmente), todos os outros Monties participam: Terry Jones, Michael Palin, Terry Gilliam e meu ídolo John Cleese. A julgar pelo trailer, deve ser um filme muito estranho. Foram convidados 14 animadores, que fizeram 17 estilos diferentes de animação. É uma salada de referências, personagens e vozes. O comunicado oficial diz que esse não é um filme do Monty Python, mas vendo o trailer é difícil acreditar.

A história de Chapman também não é simples. Ele era um notório alcoólatra e causou problemas durante as gravações dos filmes do Python. Certeza que "A Liar's Autobiography" vai valer a pena.

E agora, algo completamente diferente. Um trailer de um filme de animação sobre a vida de Graham Chapman:

Sufrágio modernista


Vi no Facebook do meu irmão, mas não sei bem de onde veio. Para um voto de verdade, é Oswald de Andrade! Foi em 1950, pelo PRT (Partido Republicano Trabalhista). O slogan da campanha era “Pão – Teto – Roupa – Saúde – Instrução”. Cativante, não?

5 de set. de 2012

HQ do dia: Calote

Mais uma vez o Calote ganha o título de HQ do dia. Clique na imagem abaixo para um super-brinde!


Toda lingerie será punida (pelos jazzistas)


Muita gente torceu o nariz para a capa do novo disco da Diana Krall, "Glad Rag Doll". Acharam apelativa a imagem da pianista e cantora de 47 anos vestindo lingerie na "portada" de seu trabalho mais recente.

As críticas não foram leves:
"[Diana Krall] Expandindo seu público para homens de meia-idade tarados. Eles tendem a ter dinheiro de sobre para gastar. Pergunte à indústria da pornografia."

Embora esse não seja o visual mais comum em discos de jazz, também não vejo problema. apesar de sexy, a capa não chega a ser apelativa. Diana Krall gosta de fazer capas nesse estilo. Veja essa aqui, por exemplo:



Em termos de sensualidade, a Diana Krall ainda tem muita concorrência. Mas, como é cantora de jazz, um estilo "sério", o pessoal chia. #freediana










4 de set. de 2012

Vamos ouvir: Pet Shop Boys


Não sou fã, mas respeito muito os Pet Shop Boys. Como não gostar?



Já fizeram coisas muito boas e influenciaram um monte de gente legal. Das crias deles, gosto particularmente do Fischerspooner:



Neste ano, inclusive, faz 4 anos que o FS tocou e fez performance na Bienal de arte número 28, um belo show.

Tudo isso para dizer que o disco novo do Pet Shop Boys, "Elysium", está disponível para audição no site do Guardian.  Puro pop sintético e melódico, como sempre. Sem grandes surpresas ou decepções. Vale a ouvida:

Clique aqui para ouvir o disco novo dos Pet Shop Boys


3 de set. de 2012

Ditadores bicudos


As empresas de entretenimento muitas vezes misturaram seus desenhos com política, especialmente no começo do século passado. O curta "The Ducktators" (1942), da Warner Bros. conta a história da Alemanha Nazista usando patos para representar Hitler, Mussolini e os japoneses. Ainda que a intenção fosse boa (será?), o desenho se vale de estereótipos um tanto controversos. "Mussolini"é gordo, meio bobo e fala um inglês macarrônico. Não sobrou nem para os próprios americanos: um pato com sotaque do sul dos EUA aparece nas fileiras do Hitler bicudo.



Isso era peixe pequeno diante da situação que o mundo vivia, é claro. Charles Chaplin usou dos mesmos recursos em seu filme "O Grande Ditador"não perde o mérito por isso. Era uma época diferente. Ao largo passava o politicamente correto; mais prementes eram as atrocidades que uma nova guerra anunciava através do que havia acontecido na Espanha alguns anos antes.

"Ducktators"carece da sutileza que sobrava em Chaplin, mas é um registro muito interessante. Mostra como o mundo, e os EUA em particular, estavam engajados na ideia de uma luta contra o nazi-fascismo. Dá a impressão de que as coisas eram mais claras antigamente, que havia uma linha e um abismo separando os lados certo do errado. É quase impossível pensar em algo parecido para o mundo de hoje, tão difuso e de vários lados. Quem pagaria de pato?

Os Simpsons, é claro, já fizeram menção aos desenhos políticos dessa época: