31 de ago. de 2012

Música da sexta: Funk cigano



Parece que a nova onda é resgatar o funk (americano) e deixá-lo mais pesado e até um pouco punk. Não confundamos com o finado "discopunk", o hype da década passada. Vi no blog do Ryan Spaulding que a banda Evolfo Doofeht é mais uma que se junta ao time dos punk-funkers (The Heavy é outro exemplo). Eles se autodefinem como ciganos do funk e vão lançar seu segundo EP em duas semanas. A música "You Light Me Up"é a primeira do novo disco a ganhar clipe.




Ouça aí embaixo o primeiro EP dos massachussetiannos, que está disponível para download grátis:




Super 8 - Homenagem a Isadora


Essa semana ficamos conhecendo a jovem Isadora Faber, 13, que deixou o pessoal da escola pública dela em pé. Tudo de ruim que acontecia estava sendo relatado na página que Isadora criou no Facebook, o Diário de Classe. Com seu celular em mãos, ela começou a registrar em fotos, vídeos e também relatos o cotidiano sofrido de sua sala.

Quando foi descoberta, a garota virou celebridade. Todos os veículos quiseram uma entrevista, milhares correram para curtir sua (antes) pequena página. Ela se tornou um (raro) bom exemplo de como a internet pode ser usada sim para causar mudanças, para disseminar informação relevante e como ela pode reverter a hierarquia de quem controla a versão oficial dos fatos. Isadora fez as autoridades correrem atrás do prejuízo.

É através desse tipo de ação descentralizada, consciente, pelo bem de várias pessoas é que devemos fazer política. Precisamos sim dos políticos, apesar de muitas vezes estarem desconectados da realidade. Mas não devemos fugir à missão de agirmos como cidadãos, pessoas que têm responsabilidades sobre tudo que envolve nossa vida. Por isso eu e José Rodrigo fizemos mais uma edição do Super8ito em homenagem a Isadora.

Vai, Isadora!



Super8 – Homenagem a Isadora Faber

1. The Smiths  - The Headmaster Ritual
2. The White Stripes – We’re Gonna Be Friends
3. Jerry Lee Lewis – High School Confidential
4. Dave Edmunds – High School Nights
5. The Kinks – Headmaster
6. Paralamas – Assaltaram a Gramática
7. Beatles – Getting Better
8. Jackson 5 – ABC


Verdadeiro futebol



John Cleese é um dos maiores comediantes de todos os tempos. Não é exagero. Ele era um dos líderes do Monty Python e só isso já bastaria. Mas Cleese dirigiu filmes, participou de outras séries e ainda tem gás para fazer rir.

Aposto que se déssemos uma bula de remédio para Cleese ler, seria engraçado. Ele é bom de texto, muito bom, mas sua comédia está também em sua maneira de falar. Um homem com aparência digna, até um pouco arrogante, que solta as palavras em marteladas. Mesmo sentado, Cleese transforma sua comédia em algo físico usando apenas o rosto.



Esse vídeo é um bom exemplo.  Aqui, o texto é sobre sobre as diferenças entre o futebol (verdadeiro) e o futebol americano. O "comentário" é uma grande tiração de sarro, claro. Cleese diz que o futebol americano tem várias interrupções para que os jogadores "não tenham que pensar muito". A melhor frase da breve dissertação esportiva  (e a mais verdadeira) é a que diz: "Futebol americano é jogado como uma sequência de jingles de propaganda, enquanto o futebol é jogado como o jazz". Bela ideia.

O pequeno e hilário trecho foi retirado do documentário "The Art of Football From A to Z".

30 de ago. de 2012

Este é um filósofo


Pesquisei "philosopher" na internet. Barbas, togas, rostos sérios e pensativos, ares arcaicos e um pouco entediantes. Esses são os resultados das imagens. "Filósofo" tem resultados parecidos, apesar da troca de línguas.



Tentando no feminino, até que melhoraram um pouco os resultados, apesar da invasora Kim Kardashian e seu decote voluptuoso terem invadido a busca.

Por isso é tão bacana o Tumblr Looks Philosophical. Em cada post, uma foto e um pequeno relato de filósofos de verdade, contemporâneos. Gente que dá aulas e gosta de ioga. Veste roupas normais, vai a jogos de futebol (americano), tira fotos bestas ao lado de estátuas. Ou seja: "One of us!"



Clique:  http://looksphilosophical.tumblr.com/

29 de ago. de 2012

28 de ago. de 2012

Robô agora é tão inteligente quanto um golfinho


Essa é uma daquelas notícias que não sei se são boas ou não: Nico, o robô desenvolvido por Yale, está a um passo de ser aprovado no teste do espelho. Isso significa que ele já consegue entender que os reflexos de um espelho não são as próprias coisas. Para ser totalmente aprovado ainda falta um último teste, que mostrará se ele é autoconsciente. Caso isso aconteça, será o primeiro robô a passar.  Dizem que isso é bom porque assim ele poderá trabalhar com humanos sem machucá-los. Será que a singularidade dos robôs está próxima? E será que isso é bom? Quero só ver quando juntarmos robôs conscientes com a internet. Robôs podem ser cyberbullies? Li a notícia no LiveScience.

27 de ago. de 2012

Vamos ouvir? Bob Mould, "Silver Age"


O disco novo do Bob Mould, "Silver Age, está em streaming no site da Rolling Stone. De uma escutada por cima entre um e-mail e outro, deu para perceber que ele voltou a ter uma pegada mais pesada, como tinha na sua finada banda Sugar. Ótimo sinal. Quem gosta de rock cru com belas melodias vai gostar bastante.


Vamos ouvir? 

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Tem café pra dedéu no Brasil



Comprei os dois primeiros discos da nova coleção de CDs da Folha (comprei um pelo preço de dois) e tive uma pequena surpresa ao ouvir o volume do Frank Sinatra. A essa altura do campeonato, achei que não poderia haver novidades no velho Sinatra, mas topei com a "The Coffee Song". Se nosso país não estivesse num momento tão bom, alguém haveria de ficar ofendido com essa letra.


Primeiro, ela fala do café brasileiro. Imagino que na época em 1946 pouco se sabia sobre nós a não ser aquele velho e batido estereótipo agrossexual. Sinatra canta que " não se encontra refrigerante de cereja [no Brasil] porque todos têm de tomar sua cota [de café]; eles têm zilhões de toneladas de café no Brasil". A coisa continua, e a letra diz que os "plantadores em Santos" dizem "não" quando se pede por suco de tomate ou de batata (?). É tanto café que as garotas daqui "cheiram a coador".

Acho que seria quase impossível (quase, veja bem) que algo parecido fosse feito hoje, com todo o hype e interesse que o Brasil vem despertando. O velho "Blue Eyes"já se foi e com aqueles tempos em que nada parecia parar o domínio dos EUA sobre a cultura pop. Por isso, prefiro encarar essa música como uma piada datada. E aproveito para retrucar o bom-humor da "The Coffee Song" lembrando uma velha tirada do Monty Python sobre a cerveja dos EUA, mas que também serve para o café americano:



"American beer is like making love in a canoo. It's fucking close to water."
A cerveja americana é parecida com fazer amor numa canoa. É uma porra que parece com água (tradução livre).

Cheers, mate!

24 de ago. de 2012

Félix, o terceiro maior jogador da história


A seleção de 70 é o maior orgulho e também o maior fantasma do futebol brasileiro. Amamos o escrete do tri pelas belas jogadas e convincentes vitórias. Temos medo dela por conta de sua ligação com a ditadura militar e pela sombra que gela a espinha de todos as gerações de futebolistas desde então. A dúvida nunca morrerá: Será que algum dia teremos outra selação como aquela, cheia de gênios, entrosada até a alma, muito bem comandada do banco de reservas?

Discussões à parte, foi-se Felix, talvez um dos menos lembrados desse time de 70. Morreu aos 74 anos, vítima das complicações de um enfisema pulmonar. Jogou no Juventus da Moóca, na Portuguesa, Nacional e Fluminense. Além, de claro, guardar as redes na Copa do México. Félix queria o reconhecimento dos ex-atletas brasileiros. Pedia para o governo federal concedesse aposentadoria aos antigos destaques do desporto nacional. Conseguiu, felizmente.

Foi em um evento da associação dos ex-campeões mundiais do futebol que encontrei Félix em 2009. No Museu do Futebol se reuniram várias estrelas das cinco Copas conquistadas pelo Brasil. Era o lançamento de camisas comemorativas, cujos lucros seriam revertidos para ajudar os ex-jogadores em dificuldades. A ideia da pauta era fazer perguntas divertidas aos campeões. "Você já fez alguma desonestidade em campo?", "Quando foi que mais meteram a mão no seu time", eram algumas das perguntas. A melhor resposta de Félix veio quando perguntei "Qual é o terceiro melhor jogador da história?" (vá a 1 minuto e 3 segundos do vídeo). Com uma leve ironia, o ex-arqueiro devolveu: "Eu".

22 de ago. de 2012

Bobagem do dia: Droga de lembrança

O blog Crap Souvenirs reúne fotos dos mais bizarros presentinhos de viagem, as famosas "lembrancinhas" ou souvenires. Tem muita coisa bizarra como saleiro em forma de pênis, patinho de borracha da Harrods e pente em forma de Estátua da Liberdade. Se alguém resolvesse fazer uma versão brasileira, conseguiria fotos muito piores. Principalmente com as gloriosas camisetas que abundam em nossas lojas PT (pega-turista).

Clica lá: crapsouvenirs.com

21 de ago. de 2012

Hoje é dia de Strummer


Não vou nem dizer quantos anos Joe Strummer (1952 - 2002) "completaria" hoje porque acho isso um dado completamente sem sentido. O homem morreu, se foi, não completa mais nada, infelizmente. A não ser o vácuo de música boa. Strummer não precisa de apresentação quando se diz que ele era uma das almas pensantes do The Clash, provavelmente um dos grupos mais importantes e influentes de todos os tempos. Foi protagonista do punk, ajudou a inventar o pós-punk, consolidou a influência da música jamaicana no pop mundial. Quer mais?

Veja o trailer do documentário "Joe Strummer - The Future is Unwritten"


Montou, em 1999, a banda The Mescaleros. Em três discos, resumiu o espírito dos anos 2000, uma mistura quase esquizofrênica de rock, música eletrônica e elementos musicais emprestados de países africanos, latinos e outros periféricos. Manu Chao e Rage Against The Machine sempre são apontados como um dos expoentes dessa espírito de Seattle 1999, globalizado e questionador do capitalismo,  mas Strummer fez melhor. Com a  vivência dos anos 70 e 80 e a elegância de quem sabia distinguir os aromas culturais ferventes em cada época, Strummer criou três discos impregnados de contexto histórico e talento para sobrepor estilos.

Por isso, para relembrar o nascimento de Joe Strummer, 21 de agosto, eis uma pequena playlist com canções de dois álbuns gravados com os Mescaleros. "Global-a-Go-Go" (2001) e "Streetcore" (póstumo, 2003).

20 de ago. de 2012

Ouça primeiro: Animal Collective


O novo disco do Animal Collective está disponível para audição gratuita no site da banda. Mais um capítulo na história indie-psicodélica-eletrônica da banda, "Centipede Hz" tem 11 faixas intensas, cheias de texturas, barulhinhos e batidas incomuns. Quem já conhece e gosta da banda vai ficar feliz. Os que curtem sons parecidos, como Flaming Lips, vão achar interessante. E quem não conhece vai achar estranho de primeira, mas talvez entre na onda. Clique na imagem para ouvir.

Primeira da segunda




Para começar a semana devagarinho. Porque com esse sol e o tempo seco, fica difícil respirar. E a ironia da segunda-feira paulistana ser inaugurada pelo Pavement já vale por uma fechada no trânsito.

19 de ago. de 2012

Sábado + 1


Domingo é sempre meio deprê, então vou tentar diminuir os blues (banzo, tristeza) do dia que vem depois do sábado. Com vocês, Bobby Charles tocando "See You Later Aligator":

18 de ago. de 2012

Coral canta Blue Monday, do New Order


Que beleza ficou essa versão de "Blue Monday", sucesso absoluto do New Order. Parece até coisa do Carl Orff.


Ou quase, vai:



Via (Culturist)

HQ do sábado: Calote

O tabule parece inofensivo, refrescante e fácil, mas pode acabar com a sua vida. Essa é a lição do Calote (noprimeiroandar.blogspot.com.br). Clique na imagem para vê-la (bem) maior.


17 de ago. de 2012

Música da sexta: Japandroids


Na última sexta-feira falávamos de banjos e redenção, agora o instrumento de reerguimento é boa e velha guitarra do Japandroids. Sim, guitarra no singular porque é uma só. E uma bateria. Nada mais. Trata-se de uma dupla canadense que só precisa disso para fazer um rock grandioso, ao estilo de Bruce Springsteen e Sugar. Formada em 2006, a banda acaba de lançar seu segundo disco, "Celebration Rock", título muito adequado a seu som. Arrependa-se de seus pecados, levante as mãos para cima e cante com o Japandroids em "The House That Love Built":



Se você gostar, pode ouvir o disco inteiro. Clique na capa para comprar o álbum:

Vaca amarela na Vida Simples de setembro

Para qualquer jornalista, a felicidade é ter uma matéria na capa. E setembro será um mês feliz para o editor, repórter e moço do café deste blog que você lê. Na Vida Simples de setembro escrevi a matéria do portal da revista, sobre como falar pouco pode ser algo positivo.

Parti do livro "O poder dos quietos", da escritora americana Susan Cain, para investigar por que temos cada vez menos direito de sermos "na nossa". É difícil mesmo. Os ambientes de trabalho foram perdendo as paredes, o marketing pessoal nunca esteve tão em alta, assim como as famosas palestras de slides. Falar é bem-visto pela nossa sociedade, de preferência o tempo todo.

Joel Birman, psicalista, e seu livro "O mal-estar na atualidade" deram a base de alguns dos porquês disso tudo: um mundo centrado na noção de que aparecer é que constitui o ser. É mais complexo que isso, obviamente. Para entender melhor, só lendo os livros. Mas antes, claro, leia minha reportagem na nova Vida Simples, que já chegou às bancas.

PLAYLIST: SILÊNCIO


Ouça aqui uma breve lista com canções sobre silêncio, ficar quieto e poucas palavras em geral.

O grunge e a caipira protestam pela liberdade

O caso dos "Três de West Memphis" mobilizou parte dos americanos e colocou Natalie Maines (da banda de country Dixie Chicks) e Eddie Vedder (Pearl Jam) lado a lado, microfone a microfone, lançando um single em favor de uma causa.

Em 1993, três homens foram considerados culpados pelo assassinato de três escoteiros de oito anos. Foi um julgamento polêmico, em que as provas  apresentadas pela acusação foram duramente questionadas. Mesmo assim, dois deles acabaram condenados à prisão perpétua e um à morte. Depois de passarem mais de vinte anos na prisão, os "três" conseguiram  uma manobra legal que os tirou da prisão e ganhou o apoio de artistas como Johnny Depp, Metallica e Henry Rollins.

A audiência aconteceu em 19 de agosto de 2011, com a presença de Maines e Vedder. Um comício foi organizado e os dois cantaram juntos "Golden State", de John Doe. Para comemorar um ano da vitória, eles lançam o single dessa apresentação em mp3 no dia 19, domingo. Ele estará disponível no site do Pearl Jam e no iTunes. O dinheiro da venda irá para o fundo WM3, em favor dos "Três de West Memphis".

Veja o vídeo da dupla cantando "Golden State":

CONHEÇA MELHOR


Ouça uma playlist de Dixie Chicks

Ouça uma playlist de Eddie Vedder


Tocou e cantou no passeio público

Topei hoje com esse vídeo (há outros) do Stephen Malkmus, da banda Pavement, tocando algumas músicas sozinho e na rua. Isso aconteceu na Alemanha, onde o americano Malkmus mora agora, no começo de julho, a julgar pela data de upload no Youtube. Apesar de ele desafinar um pouco, errar algumas vezes o ritmo na guitarra, vale cada minuto. Mais uma prova de que talento não necessariamente é igual a técnica. Deu saudades de um dos melhores shoes que eu já vi, justamente o do Pavement em São Paulo (2010).


A moda de tocar na rua não é nova entre os astros da música indie. Para divulgar seu disco "Bluefinger", Black Francis (Pixies) fez uma série de shows que ele chamou de "pré-bis" ("precore"). Algumas horas antes dos shows de sua turnê ele aparecia em algum ponto da cidade em questão e fazia um pequeno show, só com o violão. O Jack White fez isso em 2011, tocando num estacionamento durante o festival SxW, em Austin (Texas). Aqui estão:

Black Francis toca no túmulo do artista holandês Herman Brood, o homenageado de sua canção "Angels Come to Confort You":

Jack White faz show em um estacionamento:



Ouça mais músicas de:
Pavement
Black Francis
Jack White

16 de ago. de 2012

Lançamento: Andrício de Souza e Gus Morais

Depois de amanhã, sábado, tem lançamento duplo na Gibiteria. Andrício de Souza e Gus Morais debutam em publicações solo e jogam no mundo suas estreias em livros.

O primeiro é dono de um humor esferográfico e sem freios, que acompanha o noticiário da semana - talvez um resquicío do jornalista que ainda mora dentro dele.  Gus Morais faz a tira quinzenal "Bytes de Memória",  no caderno "Tec", da Folha e sabe muito bem fazer graça com as desventuras analógicas e digitais dos seres humanos.

Parece que, além da presença dos autores e da venda de livros, haverá distribuição de coxinhas. Imperdível.

Veja aqui dois exemplos do trabalho de Andrício e Gus, gentilmente cedido pelos autores para divulgação:

Andrício de Souza (www.andriciodesouza.com)


Gus Morais (www.gusmorais.com)

O Gus fez ainda um trailer do livro dele, vejam só:


INFORMAÇÕES

O quê: Lançamento de "As 100 Primeiras e Melhores Tirinhas de Andrício de Souza" e "Privilégios e Outras Histórias", de Gus Morais
Quando: Sábado, 18 de agosto, a partir das 16h
Onde: Gibiteria - Praça Benedito Calixto, 158 , 1º andar

Glória matinal: Einstein de pantufas

Gênios também podem ser fofos, por que não? (Via How to be a Retronaut)

15 de ago. de 2012

Essa é clássica!

Essa pipocou no meu Twitter: um sujeito pirateou o sinal de uma rádio de música clássica na Flórida (EUA) e pôs no lugar uma seleção de raps da pesada. Tão pesados que foi a ligação de um ouvinte desgostoso da vida e dos palavrões sendo emitidos no ar que fez o xerife local investigar o caso. Um homem de 32 anos foi preso, acusado de interceptar o sinal da rádio e usar um laptop para tocar suas playlists favoritas. Não foi informado se as canções em questão eram clássicos do rap, o que poderia justificar a ação do pirata.

Para selar a paz entre os dois gêneros, aqui vai uma seleção de canções de rap que usam trechos de música clássica. Não foram encontradas peças clássicas que usam trechos de rap.

Nas - "I Can" (com trecho de "Für Elise", de Beethoven)

Young Buck - "Say It to My Face" (com trecho de "Requiem", de Mozart)

Coolio - "I'll C U When U Get There" (com trecho de “Canon in D”, de Pachelbel)

Saudades das Olimpíadas


Essa tal de internet


Em 1995, a internet não era como é hoje, cada vez maior, mais dominante e mais cheia de inutilidades. Por isso, os pequenos do vídeo estavam tão otimistas (e certos) em relação ao futuro da nossa querida rede. Sim, compramos cada vez mais on-line, vemos resultados de jogos em muito mais países que a Itália, pesquisamos sobre florestas tropicais (e compartilhamos fotos no Facebook para tentar salvá-las à distância) e somos obcecados por gatos e cupcakes.

Veja como era a internet nos anos 90:

Uol.com.br


Yahoo!

Msn.com

New York Times

Foi-se Altamiro Carrilho

Morreu hoje, aos 87 anos, um dos maiores músicos de choro da história, o flautista Altamiro Carrilho. Tocou com todos os principais músicos do gênero, gravou mais de 100 discos e ajudou a formatar o choro como ele é conhecido até hoje. Uma enorme perda.  Leia mais sobre a vida de Carrilho aqui.

Veja Altamiro Carrilho tocando "Flor Amorosa"


Um bom disco para começar a ouvir o flautista é "Rio Antigo" (1961), relançado recentemente:

14 de ago. de 2012

Em busca do Vice Ryan


Mitt Romney, candidato republicano à presidência dos EUA anunciou Paul Ryan como seu companheiro de chapa. Ou seja, pretendente a vice-presidente. Conservador até o talo, ele deve ser uma espécie de Sarah Palin do bem. Seu papel será o de atrair os mais radicais e rejuvenescer a imagem do partido. E, claro, Ryan já é alvo de brincadeiras na internet.

Ana Sanlez, da RTP, fez uma análise detalhada do papel que Ryan desempenhará na campanha, vale a leitura. O trecho seguinte é apenas um aperitivo da atuação política do atual congressista por Wisconsin:

"Acérrimo defensor dos movimentos pró-vida, o novo braço-direito de Mitt Romney votou contra todas as propostas referentes à despenalização do aborto, mesmo as que dizem respeito a casos de violação ou incesto. Como lembra o New York Times, em 14 anos que leva de Congresso, Ryan foi favorável a todas as propostas relativas a cortes no planeamento familiar, bem como aos diplomas que criminalizam os médicos que intervenham em interrupções de gravidez."

As mina pira na ciência

Fiquei sabendo de um tumblr que é mais do que engraçadinho. No Science Chicks, são postadas fotos e uma breve biografia de mulheres cientistas. Ainda com poucos posts, o SC tem pesquisadoras de vários séculos, Antiguidade e Renascença inclusas.

Veja com seus próprios olhos: sciencechicks.tumblr.com

13 de ago. de 2012

Sinistro


Parece que hoje é um tal de dia do canhoto. Então aí vai uma homenagem sinistra ao grande e sestro Canhoto da Paraíba. Assista a ele tocando o "Forró do Xenhenhem" com Paulinho da Viola (que é destro) em 1980.


Bossanova do espaço

"Bossanova" é o nome do antepenúltimo disco que os Pixies lançaram, em 1990. Menos impactante que "Doolittle" e mais leve que o sucessor "Trompe Le Monde", o quarto trabalho dos Massachussetianos é uma ode à ficção científica, à surf music e ao medo de morrer. Tem um punhado de clássicos como "Dig For Fire", "Hangwire" e "Velouria". E por que estou falando disso? Hoje faz 22 anos que Bossanova foi lançado.

Veja os Pixies tocando Velouria na Brixton Academy em 1991:

E veja também essa entrevista da banda na época do lançamento do disco. Black Francis diz que teve um contato imediato com um alien e David Bowie acha que a banda americana será o "Talking Heads dos anos 90":


Surpresas olímpicas com Monty Python e Elbow

Eu não sabia que iria topar com a imagem de Guy Garvey, do Elbow, no meio da cerimônia de encerramento das Olimpíadas de Londres. Nem com o resto da banda, claro. Por aqui, a presença dos britânicos  passou batida. Pior que isso, o pessoal do Sportv nem sabia de quem se tratava e chamou Garvey de David Arnold.

Eis a primeira da participação olímpica do Elbow:


 Eles tocaram duas músicas: "Open Arms" (do último ábum "Build a Rocket, Boys!"e "One Day Like This"( de "Seldom Seen Kid"). Isso enquanto todos os atletas entravam no estádio para participar da festa. Foi muito bonito.

Essa é a segunda:

Outra coisa emocionante foi ver o Eric Idle, do Monty Python, cantando a famosíssima "Always Look on The Bright Side of Life" na mesma cerimônia. Pena só que os outros integrantes do grupo não estavam junto. Bem que achei estranha a falta de Pythoners na abertura. Para quem não sabe, a canção é como se encerra o filme "A Vida de Brian", um clássico do humor britânico e mundial.Veja aqui:


10 de ago. de 2012

Que vantagem Pistorius leva?



Sim, essas Olimpíadas estão cheias de histórias interessantes, de herois e dramas, como sempre. Porém, talvez o mais fascinante acontecimento tenha sido a presença do sul-africano Oscar Pistorius nas competições de atletismo. É uma imagem impressionante e emocionante ver suas pernas protéticas em correndo, paradas ou andando. Mais impressionante é que ele seja considerado um igual, alguém que merece estar ao lado de homens com seus corpos "normais".

Houve a ainda há a polêmica sobre se Pistorius leva vantagem sobre os outros competidores com suas próteses. Um dos argumentos contra sua participação diz que o aparato funciona como uma mola e impulsiona o atleta de maneira injusta. Também há os que dizem que não, já que as duas pernas artificiais podem até funcionar como mola, mas já que não têm músculos, são uma desvantagem em relação ao "design" das pernas.

A competição mostrou que Pistorius é competitivo, mas ainda tem muito trabalho pela frente. Chegou às semifinais dos 200 metros, mas terminou sua bateria em último. Essa reportagem da NBC ajuda a entender e esclarecer a questão:


Recomendo também a excelente reportagem que a piauí publicou na edição de agosto, feita por Michael Sokolove.

A história do hip hop em mixes


Para quem gosta de pesquisar e conhecer coisas novas, a Brooklyn Radio prestou um enorme serviço: fez uma série enorme de mixes contando a história do hip hop. Eles fizeram um para cada ano no período entre 1980 e 2009. Claro que os especialistas vão saber apontar as falhas e ausências dessa compilação. Mas, para nós, os ignorantes no assunto, é um ponto de partida bem interessante.

Clique aqui para ouvir o primeiro volume do Hip Hop History.

(Via Glen E. Friedman)

Música da sexta: Banjo redentor


A música da sexta voltou!

O Mumford & Sons postou no Youtube uma faixa do seu novo e vindouro disco, "Babel" (sai mês que vem). O nome da canção é "I Will Wait" e ela segue a fórmula de sucesso do primeiro disco, "Sigh No More", ou seja: melodias grandiloquentes, pop e bonitas, ornadas por elementos de música country e bluegrass. Não poderia faltar o o banjo redentor dos M&S, e a nova faixa não decepciona em nenhum aspecto:


Gostou do som? Então ouça "Little Lion Man", do disco anterior da banda.

9 de ago. de 2012

Disco velho da semana: Dr. John


Dr. John protagonizou uma das cenas mais melancólicas que já presenciei. Era 2005, e eu estava no Rio para vê-lo no (falecido) TIM Festival. A Marina da Glória estava lotada de gente; havia mais gente com pulseiras VIPs do que público "normal", típico do Rio. Quando cheguei ao palco em que o pianista de New Orleans tocaria, fiquei surpreso com as muitas pessoas que acompanhavam o show de abertura, de Dona Ivone Lara. Vi um famoso ou outro com o canto dos olhos e sentei, esperando que Mac Rabennack (o nome verdadeiro de Dr. John) entrasse e se sentasse ao piano.

Cada minuto a menos na contagem para o início do show de Dr. John, significava uma cadeira vazia a mais. Foi aflitivo. Queria impedir as pessoas de se levantarem e irem embora. Justo naquela hora, poxa? "Agora que vai começar?". A ansiedade surtiu pouco efeito. E por que diabos as pessoas se evadiam quando uma lenda da música estava prestes a entrar em cena? Fiquei intimamente envergonhado quando Dr. John se postou frente a frente com seu crânio, companheiro antigo de piano, e começou o show. Senti vergonha por todos nós, que estávamos ali antes. Por todos que tinham acesso aos outros palcos da Marina (eu não tinha). A todos que puderam ver um dos maiores músicos de blues de todos os tempos, mas saíram correndo antes que ele batesse a primeira tecla do piano.


Me senti ainda pior quando ele, vendo a situação, pediu a todos os 50 presentes que se levantassem das mesas e se aproximassem do palco logo de uma vez. E vimos, em pé, com um tremendo de um vazio às costas, com uma tremenda de uma banda à frente, "o" Dr. John. O homem que era amigo de Stevie Ray Vaughan, que misturou o blues com o jazz, com a música do Mardi Gras de New Orleans, que gravou um dos maiores discos da história ("In The Right Place"), tocando para um público menor que o do Café Piu-Piu. Foi um privilégio embaraçoso. Uma dádiva meio suja, meio errada.


Dava para apoiar os braços no palco enquanto ele tocava uma das minhas canções favoritas de todos os tempos, "Right Place Wrong Time". Um suingue que de tão bom, tão raro, é um fenômeno da natureza, incontrolável e impossível de explicar. Tem que ver de perto.

Tudo isso para falar do tal disco velho, "In The Right Place", de 1973, que é referência para todo tipo de músico. Que inspirou o último disco do próprio Dr. John ("Locked Down", de 2012), produzido pelo fã Dan Auerbach (Black Keys). Um disco pouco citado nas compilações de melhores de todos os tempos, do século ou coisa que o valha, mas que merecia mais atenção.

Eu vi o Dr. John de perto, e ele tocou uma música desse disco na minha frente. Até hoje não acredito nisso. Até hoje não acredito que todas aquelas pessoas e suas pulseirinhas prateadas preferiram ouvir Elvis Costello cantar "She" a ficar pertinho do desafinado Dr. John. "She" deixou Dr. John cantando quase sozinho.

Veja Dr. John no filme "Piano Blues", de Clint Eastwood:


8 de ago. de 2012

Olimpíadas da depressão (e da euforia)

E não estou falando do Brasil. O ex-atleta olímpico Juanma Iturriaga, do basquetebol espanhol, descreve como seus conterrâenos mudam rapidamente de opinião frente à obtenção ou não de medalhas na Olimpíada. Muito parecido conosco.

No nosso caso, saímos de um primeiro dia de competições achando que íamos ganhar tudo. O ouro de Sara Menezes e a prata de Thiago Pereira foram enganosos. Depois, veio uma profunda descrença, com eliminações e bronzes a granel. Com a Espanha, aconteceu o inverso. Demorou dez dias para a Espanha ganhar alguma coisa em Londres. Ontem foi o dia da redenção, com quatro medalhas logo de uma vez. Iturriaga diz 

"Pasamos del 0 al 100, de la depre a la euforia, de ser la leche de malos a ser la pera de buenos (y viceversa), del 'este año no nos comemos nada' al 'este año nos lo comemos todo' con más rapidez de la que desaparecieron millones de euros en Bankia ¿10 días para tres medallas? Pues 10 horas para cuatro." 
A ironia disso tudo é que se o futebol masculino levar o ouro, todo o resto será esquecido. Ninguém mais vai se importar com a falta de verbas para as argolas de Zanetti, com o vento, com nada. A euforia vencerá e contará a história, como falsa vencedora.

Leia o texto inteiro no site do El País

7 de ago. de 2012

Faixa da semana: Bob Mould

Gosto muito de Hüsker Dü e sei da importância da banda para a formação da cena alternativa americana. Os discos brilhantes e a influência sobre os Pixies são os méritos eternos do trio de Minneapolis. Mas Bob Mould, um dos vocalistas, não se resumiu a aproveitar as glórias do passado e vem fazendo discos geniais desde os anos 90. Primeiro com o Sugar, que teve o mérito de influenciar o Foo Fighters profundamente, depois com sua carreira solo. Mais irregular esta, é verdade, mas sempre relevante. E é por isso que vale a pena prestar atenção a seu novo single, "The Descent", do vindouro "Silver Age" (4/9). Sempre bom ouvir um rock feito com alma, para variar um pouco.

Os punks tinham razão


 Esse mash-up de Bob Marley com Green Day me (re)convenceu de que os punks ingleses estavam certos ao misturar rock com música jamaicana. Casou muito bem. Aposto que se o Bob estivesse vivo, já teria gravado um disco punk. Ou alguns.
(Via Dangerous Minds)

Tom certo

E depois de soltar "teasers" a respeito de novidades, Tom Waits liberou o clipe de "Hell Broke Luce" (do último álbum "Bas as Me" no Youtube. O visual do vídeo é sensacional. Sempre vale a pena esperar pelo Tom. O Tom raramente erra. Tom certo, de novo.

6 de ago. de 2012

Primeira da segunda

Com o perdão do clichê, mas essa canção do Paulinho da Viola é ótima para começar a semana. Ainda mais uma semana como essa.


5 de ago. de 2012

Jazz de Deus

Culto na Igreja John Coltrane
Incrível a história do homem que gostava tanto de Deus e de jazz que juntou as duas coisa na banda da igreja. O pianista americano Burrell Joseph Gluskin começou a encaixar improvisos nos hinos durante o serviço em sua congregação luterana. A missa musical começou a ficar famosa e atraiu jazzistas para jams divinas nas tardes de domingo. Lembrei daquela Igreja John Coltrane, em São Francisco (EUA).

Fiquei sabendo disso no obituário de Gluskin, no Chicago Sun-Times.

4 de ago. de 2012

Sábado à tarde: Texas com México

O Texas deve ser um lugar legal. Mistura de deserto com fazendas enormes, de universidades e tradições, tacos e steaks, mexicanos e americanos, o estado da Estrela Solitária já revelou vários artistas peculiares. Stevie Ray Vaughan, The Black and White Years, Dixie Chicks e Los Lobos são só alguns deles (não podemos esquecer do humorista George W. Bush).

Hoje posto aqui o vídeo dos Los Texmaniacs, banda de música Tex-Mex (Texas + México), que lançou seu primeiro disco em 2004. Em julho desse ano, saiu o Texas Towns & Tex-Mex Sounds, álbum mais recente do quarteto de San Antonio. Bacana para ouvir com a janela do carro aberta em um dia ensolarado e seco.

3 de ago. de 2012

Olimpíadas amadoras

Essa é uma ótima solução para os canais de TV que não têm os direitos de transmissão das Olimpíadas. Fica a dica do  povo do Wall Street Journal:

Clima de sexta: Manifesto piadista

Marx: Vamos dedicar uma parte do Manifesto aos aspectos revolucionários da burguesia ou as pessoas podem pensar que não estamos dando... crédito suficiente ao capitalismo.
Engels: Ah, argumento justo.
M: Você não entendeu meu trocadilho?
E: Quê? Trocadi...! Mas que merda, Karl!

Viaqui: http://tmblr.co/ZjBWJvQ3RKZ3

Assédio sexual e moral no mundo dos games


O New York Times mostra que o machismo e o assédio sexual são constantes no mundo do videogame, seja online ou pessoalmente. Um técnico de um equipe de games de luta foi flagrado cheirando uma pupila sua. Como será no Brasil?

O site Fat, Slutty or Ugly reúne os insultos e comentários machistas que jogadoras mulheres recebem na internet ou jogando através das redes on-line dos consoles. De entristecer: fatuglyorslutty.com

Além da ótima reportagem de Amy O'Leary, a matéria chama a atenção pelo presença do formato quicklinks, pequenas inserções de vídeo e imagem que ilustram o conteúdo sem sair da página nem atrapalhar a leitura. Funciona muito bem.

Leia a reportagem clicando aqui